O projeto "Canção no Museu" recebeu na noite da última sexta-feira, 29, a cantora sergipana Patricia Polayne. Com trabalhos reconhecidos nacionalmente, Polayne é hoje uma das artistas mais em evidência no cenário sergipano. No repertório da noite, algumas canções do último disco "O Circo Singular", lançado em 2009, aliados a releituras de clássicos contemporâneos como Edu Lobo e Otto resultando em um show essencialmente feminino recheado de canções de amor, intitulado "Canções de Amor & Desencanto".
O projeto "Canções no Museu" amplia o contato entre o espectador e o artista. Além de apresentar seu trabalho, o artista pode conversar com o público, falar sobre suas referências e preferências ajudando quem assiste a construir uma idéia mais aprofundada do que acontece na cena musical sergipana. Em uma noite especialmente romântica o público pôde prestigiar a interpretação da artista e, comungando do espírito das canções, cantou em voz alta junto com a cantora.
A artista ficou contente por descobrir em meio ao público da noite músicos sergipanos assistindo o seu show. "Sinto em Sergipe uma falta dos próprios artistas prestigiarem o trabalho artistas locais. E esses eventos culturais no Palácio estão gerando esse movimento de reunir os músicos sergipanos em torno do produto artístico local. Isso é maravilhoso porque o campo de pesquisa do músico é esse mesmo, vendo o trabalho uns dos colegas, conhecendo suas referências e prestigiando os resultados", analisou a artista.
Esta foi a última apresentação da cantora Patrícia Polayne antes de embarcar para São Paulo, onde se apresentará no projeto Stereo Saci, a convite da curadoria do Itaú Cultural. Para dividir este momento especial, convidou os músicos Maire Barreto, Fabinho Snooze e Dami Dória. O concerto foi dedicado à poetisa sergipana Maria Cristina Gama.
Analisando a cena cultural sergipana, a cantora avaliou a contribuição dos projetos que o Palácio-Museu Olímpio Campos desenvolve para a música sergipana. "Aqui temos um local agradável, familiar, onde podemos trocar idéias, explorar novas possibilidades dentro do nosso trabalho. Nós estávamos precisando de um espaço desses. O Governo do Estado, através da Casa Civil, está de parabéns pelas iniciativas não só de restauro, mas pela forma como vem utilizando esse espaço. A Mônica, responsável pelo Café no Museu, também está de parabéns por fortalecer esta programação", destacou Polayne.
O professor de Sociologia da Universidade Federal de Sergipe, Ulisses Willy, 30, acredita que o "Canção no Museu" contribui para construção da consciência de sua própria identidade cultural através do conhecimento de seus elementos. "Acho muito pertinente esse encontro do público com o artista sergipano. O público passa a ter uma interface com o que está sendo produzido, o que por sua vez amplia a consciência da própria cultura e aprofunda uma concepção de sergipanidade. O que é reforçado pelo ambiente acolhedor, harmonioso e requintado que é este Palácio", afirmou o professor. |