O "Café em Prosa e Verso" estreou na última sexta-feira, 10, na área externa do Palácio-Museu Olímpio Campos. O projeto propõe ao escritor convidado a realização de um diálogo com o público acerca de sua obra, outros autores e obras referenciais, promovendo a vivência literária. O primeiro convidado foi o escritor sergipano, Dr. Antônio Carlos Viana, autor de cinco livros e professor do departamento de Letras da Universidade Federal de Sergipe. O contista falou sobre a obra do escritor pernambucano, João Cabral de Melo Neto.
A conversa com o público foi marcada principalmente pela simplicidade e precisão que singularizam a obra de Antônio Carlos. Sobre João Cabral de Melo Neto, escritor que fez Viana desistir de ser poeta pela qualidade da produção do pernambucano que ele acreditava nunca poder atingir, o professor afirma que tentou desmistificar a visão que as pessoas têm da obra. "Eu quis passar a idéia de que João Cabral é menos complicado do que parece", conta Viana.
Viana afirmou ter ficado empolgado com número de pessoas que participou do "Café em Prosa e Verso". "Fiquei surpreso com o público. É algo que Aracaju nunca fez, e é muito importante, porque tudo que se fizer para divulgar a literatura ainda é pouco. Ainda mais neste Palácio que tem tanta visibilidade, achei o lugar muito bonito e limpo. É bom também porque o povo perde o medo de entrar em Museu", avalia Viana.
"É importante que as casas de cultura de Sergipe tenham esse tipo de iniciativa, independente do objeto histórico que abrigam. O grande chamariz para a minha vinda hoje foi o nome do professor Antônio Carlos Viana que é conhecido pela altíssima qualidade de seus trabalhos publicados", explica a historiadora Elayne Passos.
O professor universitário e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe - IHGSE, Antônio Bittencourt Júnior, prestigiou o evento e considera a reforma e transformação do Palácio Olímpio Campos em museu um dos acontecimentos culturais mais importantes para Sergipe. "Esta transformação constitui-se em uma mudança de paradigma entre poder e povo. Hoje, o Palácio dos Governadores cumpre efetivamente o papel de ser uma ?casa do povo'. A programação deste Palácio é referência de qualidade porque oferece não só entretenimento, como discussões e embates através de eventos culturais de alta qualidade. É excelente," disse Bittencourt.
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