Na última quarta, 30, o salão multieventos do Palácio-Museu Olímpio Campos esteve lotado para homenagear o escritor Mário Cabral. Poetas, escritores, cordelistas, dramaturgos, acadêmicos, médicos, juristas, professores e demais público presente remontaram a vida e a obra deste homem que se dedicou a contar narrativas sobre o povo de Aracaju.
Com a presença do Coral da Assembleia Legislativa de Sergipe, o evento teve início com a apresentação do Hino Nacional, seguido pela abertura do projeto com a diretora do Palácio-Museu, Marieta Barbosa, e a formação da mesa, coordenada por Domingos Pascoal de Melo, jurista e membro da Academia Sergipana de Letras (ASL), onde ocupa a cadeira que foi de Mário Cabral.
Segundo Marieta, o objetivo do Projeto "Personalidades Sergipanas" é produzir estudos em homenagem a personalidades que contribuíram para o desenvolvimento social, político, econômico e cultural do Estado através do debate entre conhecedores e estudiosos dos aspectos relevantes de suas obras. Ainda segundo a diretora, o projeto passa a ser vetor importante do Programa de Educação Patrimonial e Artística do Palacio-Museu Olímpio Campos, promovendo o desenvolvimento de ações essenciais para o exercício do direito à cultura, contribuindo para avivar o debate sobre as questões patrimoniais e incrementar as práticas culturais no campo da história, da arte e do patrimônio, com vistas à preservação da memória cultural e à democratização dos saberes e dos espaços históricos, assim como à apropriação da história e da cultura.
Para Domingos, "esse resgate [da memória de Mário Cabral] é qualquer coisa de maravilhoso". E lembra, também, que essa efervescência literária está se espalhando pelo interior do estado, com sete academias municipais e uma no Alto Sertão. "Está havendo uma inquietação no interior", festeja.
Ana Maria Fonseca Medina, biógrafa de Mário Cabral; Aglaé D'Ávila Fontes, cordelista e vice-presidente da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju); Lígia Pina, poetisa e amiga de Mário; Antônio Carlos dos Santos, conhecido como Du Aracaju, poeta popula e secretário de Cultura de Porto da Folha; e José Anderson Nascimento, presidente da ASL, também compuseram a mesa.
Do homem ao poeta, do escritor ao escavador de histórias, de vidas, de lembranças. As cartas entre amigos, os livros celebrados, as narrativas que fabularam os sergipanos, a sua própria história. A vida de Mário Cabral foi posta em desalinho. Tudo isso contado, recontado e fabulado pelos mediadores. "Mário Cabral é um escritor de memórias caminhantes", lembra Aglaé.
A primeira edição terminou após o recital de cantigas, parlendas, poemas e algumas brincadeiras com o convite para a seguinte, dia 29 de maio, às 15 horas, homenageando a educadora e primeira parlamentar de Sergipe, Quintina Diniz. O projeto "Personalidades Sergipanas" segue até março de 2015, fazendo lembrar e viver artistas e personalidades que se destacaram, produziram e continuam a produzir nossa memória.
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