"O papel social das instituições museológicas". Este foi o tema da palestra proferida pelo professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e diretor do Museu de Arqueologia de Xingó (MAX), Albérico Nogueira de Queiroz, na tarde desta quinta-feira, 27, no salão Multieventos do Palácio-Museu Olímpio Campos (PMOC) às 16h como parte da programação da 6ª Primavera dos Museus.
Este é um evento do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) que ocorre anualmente e o PMOC participa desde 2010, ano de sua inauguração. Tendo como objetivo aproximar museu e sociedade, num convite à reflexão, discussão e troca de experiências.
O palestrante apresentou o papel social e as funções de um museu não apenas como espaços de exibição, mas como mediadores de trocas culturais. "Museus são locais de disseminação de conhecimento, descoberta de novos saberes e de reflexão. Acima de tudo, são centros de memória e de perpetuação do conhecimento. Cada museu retrata um tema que mostra a história de um povo, de uma cidade ou de uma época e seu papel social é fazer com que o público conheça seu patrimônio cultural", disse Albérico.
Toda coleção de um museu é de uma riqueza ímpar, que guarda a memória de um povo desconhecida por grande parte da população. "Para cumprir seu papel social, é preciso instigar as pessoas para que elas tenham vontade de conhecer o museu e que ao conhecer sintam-se donos de tudo que está exposto", disse o monitor do PMOC, Fagner Bonfim. Ele acrescentou que é preciso despertar no público visitante a ideia de que toda a riqueza ali guardada pertence a todos, motivando-o a ser um agente multiplicador fazendo com que outros tenham acesso ao museu.
O palestrante destacou ainda, que o papel social de um museu é mostrar que não é apenas uma instituição que simplesmente expõe itens que despertam a curiosidade do público e sim um espaço que exerce, promove papel de inclusão social, cultural e intelectual. "O papel social do museu é complexo, porque trabalha a questão da preservação, conservação e ao mesmo tempo ter esse canal de acesso para comunidade para que ele sinta-se parte desta herança patrimonial, o que não é tarefa fácil", falou professora, Verônica Maria Menezes Lins.
PMOC e execução do seu papel social
As experiências proporcionadas ao visitar o Palácio-Museu Olímpio Campos vão desde o deleite e a contemplação dos objetos e cenários a processos mais profundos que envolvem a sensação de pertencimento, identidade e memória social, política e cultural do nosso Estado. "A parte mais difícil para um museu no processo de realização do seu papel social é mostrar que não é apenas um depósito de antigos objetos e sim espaço que guarda a memória de um povo e que este povo sinta-se motivado a conhecer a riqueza ali guardada", destacou professor de música, Emmanuel Vasconcellos Serra.
O Palácio-Museu Olímpio Campos tenta exercer seu papel social promovendo atividades socioeducativas atraindo assim novos olhares e públicos diferenciados onde cada um encontre sua identidade, sua cultura e memória. O estudante de museologia e monitor do Museu da Gente Sergipana, Marcelo de Souza Ferreira, disse que uma forma de socializar é tornar acessível a todos os públicos a mesma informação. Ele ressaltou que é preciso que nesta transmissão de conhecimento, o visitante se identifique e tome consciência de que aquilo que está exposto faz parte da realidade dele.
Quando o atual governador do Estado, Marcelo Déda transformou a antiga sede governamental em museu, mostrou que, como instituição museológica, aquele local desempenha a função de centro agregador do patrimônio cultural e social, possibilitando o contato do visitante a um universo de conhecimento produzido ao longo da história. Então cabe ao museu cumprir seu papel social e divulgar, motivar e apresentar ao público a riqueza sergipana."O papel social do museu não pode ser dissociado da motivação de seus visitantes, que pode ser educativa ou recreativa. Outra questão inegável é a de que as curiosidades continuam fascinando os visitantes dos museus", finalizou palestrante.
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